sábado, 25 de julho de 2009

Uma luz em meu ouvido

Pego emprestado do escritor Elias Canetti esse sonoro título para falar de música.

Hoje enquanto cantarolava uma música de Jordi Savall, compositor e regente catalão tocador de viola de gamba e especialista em música medieval, lembrei-me de como o descobri totalmente por acaso ao passar diante de uma loja de discos em uma viagem. O que tocava eram as músicas filme Todas as manhãs do mundo, que conta a história do músico Marin Marais e de seu mestre Sainte Colombe, no século 17. Aquela música invadiu minha alma e até hoje enche de vida minhas manhãs e minha casa.


Assim se deu também com Emir Kusturica que até então eu só conhecia como cineasta. Impossível passar batido por aquele som cigano-punk. O que é isso que está tocando? Era a trilha sonora do surreal Arizona Dream composta e interpretada por Góran Bregovc, Iggy Pop e Kusturica. Góran é filho de pai sérvio e mãe croata, astro de rock sem fronteiras musicais, junto com a cabo-verdiana Cesária Évora fez uma das músicas de Underground - Mentiras de guerra, na minha opinião o mais inquietante filme de Kusturica.



Recentemente a interpretação absolutamente maravilhosa do carioca Ulisses Rocha me tirou do chão ao entrar na seção de discos de uma livraria. Seu CD Fractals foi a melhor aquisição dos últimos tempos. Esse violonista e guitarrista traz novidades para canções clássicas de Adoniran Barbosa, Geraldo Vandré, Caetano, Ari Barroso, Jorge Ben e muitos outros.




quinta-feira, 23 de julho de 2009

Bolando as trocas

Tem coisa mais engraçada do que trocar nomes e expressões? Ontem numa descontraída mesa esse papo rendeu boas risadas, eis algumas pérolas que eu e minhas colegas ouvimos por aí, para não dizer que nós próprias andamos trocando as frases:

Uma falou em efeito catarata no lugar de efeito cascata enquanto uma amiga da amiga dizia com muita seriedade: passei espermicida nas ervas danadinhas, na verdade o que ela fez foi passar inseticida nas ervas daninhas.
É preciso reciclar... no prédio fazemos seleta coletiva, ou seja coleta seletiva. Uma vez eu procurava um restaurante chamado café com leite, mas quando o encontrei descobri que seu nome era pão com manteiga. São complementares, não?
Minha avó as vezes precisava tomar seu antiinflacionário, coisa impossível uma década atrás então eu levava o remédio correto: antiinflamatório!
Nessa mesma noite alguém perguntou qual a cor do esmalte que eu usava e respondi sem titubear: cinco passos da paixão, tiraram o maior sarro, com razão, o nome correto é volúpia...
E as conversas atravessadas? Num papo de trabalho sobre um livro de anatomia:
Onde fica a glande? - na garganta! Opa!!! vc está confundindo com a glote ou glândula... risadas, muitas risadas

E a lógica infantil, direta... Quando meu filho era pequenino veio me mostrar um machucadinho na planta do pé: mamãe, tá doendo aqui, olha, na folha do meu pé!!! Ele adorava desenhar em papel vegetal, ligava e pedia para eu levar pra casa papel planta.

Ahhh, livre pensar é só pensar...

sábado, 18 de julho de 2009

Olha pro céu...

Esse é o Rei do Baião, tem mais estrelas que Lampião!

Me considero uma pessoa de sorte por ter assistido muitos shows de Luiz Gonzaga. Era início dos anos 80 e eu morava em Fortaleza, todos os anos lá estava ele no BNB Clube, dividindo o palco com o afiadíssimo e doce Dominguinhos, e algumas vezes ao lado do grande João do Vale. O que mais me alegrava é que esse senhor era uma pessoa de hábitos simples e de muita simpatia, e assim sendo, sempre se hospedava no mesmo endereço, no Hotel Samambaia, modesto estabelecimento na esquina da Av. Duque de Caxias com a Rua 25 de março, simplesmente a um quarteirão da minha casa. Quantas vezes ao voltar do colégio Cearense, as 10 da noite, lá estava ele chegando ou saindo:
- Luiz Gonzaga!!! Eu dizia, quase petrificada ao ver aquela figura imensa (pra mim um gigante), sempre com seu chapéu.
- Boa noite menina! E me estendia a mão com seu sorriso aberto.
Outros passavam e diziam da maneira bem cearense:
- Mestre!
ao que Mestre Lua respondia seguido de um aceno com a cabeça:
- Doutor!

Minha vida é andar, por este país
Pra ver se um dia, descanso feliz
guardando a recordação, das terras onde passei
Andando pelos sertões, e dos amigos que lá deixei
Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa, sigo o roteiro mais uma estação
E a alegria no coração
(Vida de viajante)

São 20 anos sem Gonzagão ao vivo, mas sua produção foi tão vasta que podemos nos deleitar com suas composições e sair forrozeando por aí... “Olha que isso aqui tá muito bom, isso aqui tá bom demais...”
A rede véia
Luiz Gonzaga

Eu tava com a Felomena
Ela quis se refrescar
O calor tava malvado
Ninguém podia agüentar
Ela disse meu Lundru
Nós vamos se balançar
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

Começou a fazer vento com nois dois a palestrar
Filomena ficou beba de tanto se balançar
Eu vi o punho de rede começar a se quebrar
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

A rede tava rasgada e eu tive a impressão
Que com tanto balançado nois terminava no chão
Mas Filomena me disse, meu véio vem mais pra cá
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

Portas e janelas da alma

por Man Ray

por Cartier-Bresson

por Sebastião Salgado

por Irving Penn

por Walter Firmo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sorria, meu bem, sorrrrrrrrrrrrrrria


Ontem li uma nota sobre a campanha lançada pelo Ministério do Turismo da França para que os franceses, os parisienses em especial, sejam mais simpáticos com os turistas americanos e ingleses em visita ao país. Resumindo: que passem a sorrir para quem leva dólares e libras à terra gaulesa. A matéria era ilustrada com uma foto de um aglomerado de pessoas formando um sorriso.

Bom, e daí? E daí que sábado assisti o belíssmo filme Bem-vindo. Trata-se da crônica da vida de um jovem rapaz curdo, que saiu de seu país por causa da guerra, e que pretende ir para Londres encontrar sua namorada. O garoto e alguns conhecidos levaram alguns meses até chegar em Calais, porto francês no canal da Mancha, cidade cenário do filme. Um filme sensível ao retratar as relações afetivas em um estado policial, absolutamente hostil a qualquer imigrante. Bem-vindo foi lançado no início deste ano e gerou bastante discussão e uma forte reação da direita pela denúncia de racismo e discriminação. O Partido Socialista Francês entrou com o projeto de lei Welcome (titulo original do filme) propondo a supressão do chamado "delito de solidariedade", artigo do Código de Entrada e Estadia de Estrangeiros, que penaliza com prisão de cinco anos e multa de 30 mil euros quem ajudar, transportar ou abrigar qualquer imigrante ilegal na França.

A França, meus amigos, nos receberá com imensa alegria e um grande sorriso desde que sejamos brancos e ricos!!!

domingo, 12 de julho de 2009

No mundo dos negócios

Meus amigos, quero informá-los que estou expandindo minha área de atuação. Espero que todos gostem do novo espaço. Eu e meu sócio-investidor, a InFe Corporation, teremos o prazer em recebê-los em nossa casa:

Ambiente sofisticado, cuidado em cada detalhe

Cardápio variado e programacão visual arrojada

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Breves diálogos III

São Paulo, todos sabem, consegue ter as quatro estações em um mesmo dia. Semana passada, depois de um amanhecer ensolarado, o tempo muda e a chuva toma conta. Uma amigona com quem trabalho fala:
- Mas não tem jeito, é a Lei de Jefferson... basta vir de sandália que chove.
- Hããã? Lei do que?
- ...Aquela que vc faz uma coisa e acontece outra.
- Ahhh, Lei de Murphy!

Minha sobrinha, antenada e desligada ao mesmo tempo, ouvindo meu pai comentar que trocou de provedor após meses de dor de cabeça e falta de acesso à internet, comenta:
- Vovô, lá em casa também tem Net Vírgula.

sábado, 4 de julho de 2009

Poeta da Luz


Plates

Ingo Maurer é um mestre, um artista, um designer da luz.
Tive a oportunidade de conhecer seu trabalho em uma exposição em São Paulo, em 2004. Desde então me comovo com sua poesia, me divirto com seu humor e aprendo com suas arrojadas inovações tecnológicas.

A clássica Bulb

Minha conexão com a luz começou absolutamente por acaso. Estava num pequeno hotel de Veneza, no quarto, quando uma simples lâmpada me chamou a atenção. Ela estava nua, dependurada no teto, despojada de qualquer acessório. Eu me apaixonei por aquilo. Era realmente muito bonito. Havia uma simbiose entre a poesia e a técnica. Eu senti que deveria fazer alguma coisa. Fiz um desenho. E, como estava em Veneza, procurei um artesão que trabalhava com vidro na cidade de Murano para executar o desenho. Quando voltei para casa, fiz a parte de metal da luminária, que chamei de Bulb, e as pessoas adoraram. Eu não tinha formação como designer, havia estudado tipografia e artes gráficas, mas acreditei que aquele era um belo negócio.” (Entrevista a IstoÉ, fev. 2004)

The LED table
Bird, bird, bird
Lágrima de Pescador
Lágrima de Pescador
“A maioria das pessoas não tem consciência de que pode usar a iluminação a seu favor, muitos daqueles que se sentem infelizes dentro de casa têm uma iluminação inadequada.”

Eurocondom, crítica a lei ambiental européia que proíbe lampadas incandescentes opacas

Luster

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Som na caixa ou corujisse descarada*


Da esquerda para a direita, no banco de trás: Nicholas (guitarra) e Alex (baixo),
no banco da frente: João (bateria) e Nathan (guitarra)
e no vocal, Herman... que chegou depois!

A banda Joãozinho BemBem está com músicas novas e, cá pra nós, os garotos tão mandando bem. Dêem uma conferida no endereço deles: http://www.myspace.com/jbembem

*Pra quem ainda não sabe, o João é meu filho e eu sou a maior fã e admiradora desses meninos que se dedicam a música feito gente grande.