terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ciranda

 Tela de R. Kioko

QUADRLHA
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Ontem, por conta de um lindo texto postado no blog do Inácio (http://carvalhorobles.blogspot.com/2010/08/um-abraco-de-presente.html) fiquei ouvindo uma música do Chico Buarque que por sua vez faz referência a um poema do Drummond que acaba enredando a gente numa roda danada. Não resisti e mandei o video para muitas amigas, mas aqui vai para todos os leitores e ouvintes de belas poesias e de boa música:



A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha

Borbulhas de...

Sabonete
Deuses do Arrocha
Mas que requebrado
Ah que coisa linda
Olha o suingado que tem essa menina
Esse rebolado não tá nada mal
Se passar o sabonete vai ficar...
Pegue o sabonete e bote pra arrochar

Ensaboa
Cartola
Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando
Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando
Tô lavando a minha roupa
Lá em casa estão me chamando Dondon
Ensaboa mulata, ensaboa
Ensaboa
Tô ensaboando

Veja [Margarida]
Vital Farias
Eu vou partir, pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gostar de mim
Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim
Veja você, arco-íris já mudou de cor
E uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Com esse gosto de sabão...na boca
Arco-íris já mudou de cor
E uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Eu não quero ver...

Sabonete de Motel
Reinaldo
Parecia que nós íamos
Ficar juntos a vida inteira
E que nada nesse mundo ia poder nos separar
No inicio tudo era festa
Eu não tinha tempo pra respirar
Você chegava
Me abraçava
Me apertava
Me beijava
Com muito ardor
De repente
Eu descobri sua ingratidão
Você não teve nem explicação
E o que era doce perdeu o sabor
De repente...
A sua traição
Amargou igual ao fel
Você chegou com o cabelo molhado
Cheirando a sabonete de motel

Bolinha de Sabão
Orlan Divo • Adilson Azevedo
Sentado na calçada,
De canudo e canequinha,
Tuplec tuplim,
Eu vi um garotinho,
Tuplec tuplim,
Fazer uma bolinha,
Tapaplec tuplim plim,
Bolinha de sabão,
Eu fique a olhar,
E pedi para ver,
Quando ele me chamou,
E pediu pra com ele brincar,
Foi então que eu vi,
Como era bom brincar,
Com bolinha de sabão,
Ser criança é bom,
Agora vou passar,
A fazer bolinha de ilusão.

Bola de Sabão
Babado Novo
Pirou!
Minha cabeça
E o coração
Feito bola de sabão
Me desmancho por você..

Sabão crá-crá
Mamonas Assassinas
Sabão crá-crá, sabão crá-crá
Não deixa os cabelos...
Sabão cré-cré, sabão cré-cré
Não deixa os cabelos...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Estudar é a melhor diversão



João, Mário e Chico, alunos do Ensino Médio prepararam uma aulinha básica de biologia para apresentar no colégio, e para isso contaram com toda sapiência do Dr. Angus. 100% animação!

Obs: conheço estes garotos desde que eles eram meninos-pequenos-lá-no-colégio-oswald-de-Andrade, e o primeiro citado é cria desta que vos escreve.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu, quem???

 M. C. Escher, litogravura

Eu Sou Você
Alceu Valença
Mergulhei no mar azul
No vento avoei
Eu quis ser o sol
Pra entrar pela janela
Dos olhos de quem não vê
Que eu sou eu e sou fulano
Sou sicrano sou você
Eu sou você
Sustenta esse coro
Eu sou você
Eu sou você
Eu sou você

Cama e Mesa
Roberto Carlos • Erasmo Carlos
Eu quero ser sua canção
Eu quero ser seu tom
Me esfregar na sua boca
Ser o seu batom...
O sabonete que te alisa
Embaixo do chuveiro
A toalha que desliza
No seu corpo inteiro...
Eu quero ser seu travesseiro
E ter a noite inteira
Pra te beijar durante
O tempo que você dormir
Eu quero ser o sol que entra
No seu quarto adentro
Te acordar devagarinho
Te fazer sorrir...

Gita
Raul Seixas • Paulo Coelho
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o mêdo de amar...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...

Eu sou nuvem passageira
Hermes Aquino
Eu sou nuvem passageira,
Que com o vento se vai,
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai.

E no entanto... se move!

Após ler no jornal uma nota sobre um engarrafamento que durou nove dias (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=838710), volto minha lembrança para um dos meus contos inesquecíveis escrito por Julio Cortázar e publicado no livro Todos os fogos o fogo em 1966.


No conto A auto-estrada do sul, Cortázar descreve um congestionamento na estrada que liga Fontainebleau a Paris, e os sentimentos contraditórios de “enclausuramento em plena selva de máquinas concebidas para correr”.
Iniciado como uma marcha lenta, como se um acidente tivesse acontecido adiante, logo os carros ficam completamente parados. Passam-se as horas, depois os dias, e os meses, e os motoristas nunca ficam sabendo exatamente a causa do congestionamento.
Aos poucos, os motoristas cujos carros estão mais próximos começam a estabelecer relações entre si. Uma senhora morre; um casal se forma e decidem ir viver juntos no automóvel de um deles; os adultos se revezam para cuidar uns das crianças dos outros; organizam-se para conseguir comida e água com os motoristas mais distantes.
Nunca ficamos sabendo os nomes dos motoristas, eles são denominados pelo nome de seus automóveis.
Um dia qualquer, depois do verão, da primavera, da neve, os carros à frente começam a se mover. Todos entram em seus autos, a coluna põe-se “de novo em marcha, lentamente durante alguns minutos, e logo após como se a auto-estrada estivesse definitivamente livre”, umas pistas mais rápidas que as outras, os carros se distanciando uns dos outros em alta velocidade, “sem que já se soubesse bem para que tanta pressa, por que essa correria na noite entre automóveis desconhecidos onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam fixamente para frente, exclusivamente para a frente”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Canções sem fronteiras



Virginia Capibaribe canta (e encanta) Carrossel de Sonhos,
sua composição em parceria com Luiz Eduardo Monteiro. 
Guitarra: Luiz Eduardo Monteiro
Violão: Rodrigo Saboya
Percussão: Julio Braga
Apresentação do projeto "Canções sem fronteiras" no CCJF, RJ.

sábado, 21 de agosto de 2010

Até onde a vista alcança...

Praias do Ceará

Depois de um longo, ensolarado, ventoso e caloroso recesso esse blog volta à ativa com novos olhares, novas cores e algumas histórias.