sábado, 18 de julho de 2009

Olha pro céu...

Esse é o Rei do Baião, tem mais estrelas que Lampião!

Me considero uma pessoa de sorte por ter assistido muitos shows de Luiz Gonzaga. Era início dos anos 80 e eu morava em Fortaleza, todos os anos lá estava ele no BNB Clube, dividindo o palco com o afiadíssimo e doce Dominguinhos, e algumas vezes ao lado do grande João do Vale. O que mais me alegrava é que esse senhor era uma pessoa de hábitos simples e de muita simpatia, e assim sendo, sempre se hospedava no mesmo endereço, no Hotel Samambaia, modesto estabelecimento na esquina da Av. Duque de Caxias com a Rua 25 de março, simplesmente a um quarteirão da minha casa. Quantas vezes ao voltar do colégio Cearense, as 10 da noite, lá estava ele chegando ou saindo:
- Luiz Gonzaga!!! Eu dizia, quase petrificada ao ver aquela figura imensa (pra mim um gigante), sempre com seu chapéu.
- Boa noite menina! E me estendia a mão com seu sorriso aberto.
Outros passavam e diziam da maneira bem cearense:
- Mestre!
ao que Mestre Lua respondia seguido de um aceno com a cabeça:
- Doutor!

Minha vida é andar, por este país
Pra ver se um dia, descanso feliz
guardando a recordação, das terras onde passei
Andando pelos sertões, e dos amigos que lá deixei
Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa, sigo o roteiro mais uma estação
E a alegria no coração
(Vida de viajante)

São 20 anos sem Gonzagão ao vivo, mas sua produção foi tão vasta que podemos nos deleitar com suas composições e sair forrozeando por aí... “Olha que isso aqui tá muito bom, isso aqui tá bom demais...”
A rede véia
Luiz Gonzaga

Eu tava com a Felomena
Ela quis se refrescar
O calor tava malvado
Ninguém podia agüentar
Ela disse meu Lundru
Nós vamos se balançar
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

Começou a fazer vento com nois dois a palestrar
Filomena ficou beba de tanto se balançar
Eu vi o punho de rede começar a se quebrar
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

A rede tava rasgada e eu tive a impressão
Que com tanto balançado nois terminava no chão
Mas Filomena me disse, meu véio vem mais pra cá
A rede véia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá

2 comentários:

  1. Linda postagem Fê. E eu , um cabra seretanejo que tive um aúnica chance de ver o Mestre Lua, mas dum jeito de num esquecer jamais. Em riba duma corroceria de caminhão, num poeral sem fim e o povo arratando é no chão poerento. Eita que a safano truou e eu quardei aquilo na cachola até hoje que parece até que tô vendo e ouvindo.

    "quando o verde do teus óio, s espaiá na prantação, eu te asseguro, não chore não viu, eu voltarei, viu, meu coração"..voltei!

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  2. Mamãe mandou por email:

    Fiquei com lágrimas nos olhos com sua postagem sobre o véio Lua. Até quís colocar um comentário mas não acertei!
    Também ri muito com a "virando a Paulista" da lanchonete (?) Fernanda.
    Bjinhos
    mms

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