domingo, 20 de dezembro de 2009

O avesso, do avesso, do avesso

Três livros inquietantes sobre o universo familiar. Três autores brasileiros com uma precisa narrativa.

Lavoura Arcaica, 1975, do paulista Raduan Nassar, se passa nos arredores de Pindorama, região oeste do estado de São Paulo.
Dois irmãos, 2001, do amazonense Milton Hatoum tem Manaus como cenário.
Galiléia, 2008, do cearense Ronaldo Correia de Brito, viagem a Inhamuns, sertão do Ceará.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Abc...

Ontem fui à minha livraria favorita e fiz uma farra danada: me presenteei com novas publicações e aproveitei para comprar presentes para pessoas queridas. Livraria é o meu parque de diversões. Todos os sentidos ficam a postos. Fico louca, quero ver tudo ao mesmo tempo... toda a profusão de cores, formatos, letras e histórias possíveis simplesmente me deixam fora de mim, ao mesmo tempo que entro em contato com o meu mais profundo eu (uiiiiii!).

Meu primeiro livro inesquecível ganhei aos 4 anos de idade, e acho que foi a semente do que sou hoje profissionalmente, tão pequenina eu sabia: queria fazer livros como aquele. Flicts. O frágil e feio e aflito flicts... Sei esse livro decor e saltedao e algumas frases, alguns sentimentos são tão pulgentes que eu ainda hoje me comovo ao ler ou lembrar. Minha edição tem um formato grande, capa dura e é impresso em papel couché brilhante. Uma delícia de se ver, de manusear, de ler. Faço aqui minha homenagem a ele e agradeço ao Ziraldo por ter me aberto essa possibilidade.


“Eu achava que os livros eram como as flores e as pedras,
achava que eles simplesmente existiam, quando descobri que eram feitos por gente eu também quis fazer.”
Clarice Lispector


Enquanto escrevo penso em alguns títulos que adoro, então vai aqui uma listinha básica de livros que, para mim, são imprescindíveis, livros que sempre que são relidos me revelam algo novo. Não entrarei no mérito do porque nem quando foram lidos e por qual razão se tornaram importantes, mas provavelmente são livros que eu levaria para uma ilha deserta.


Fica pra uma outra hora a lista dos livros de poesia, dos teóricos, das crônicas, dos romances policiais, dos quadrinhos e tantos outros estilos que devoro...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Dama da noite

En nuit de luna plena... la reina
Blue moon
Richard Rodgers • Lorenz Hart
Blue moon
You saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love on my own…

Pastorinhas
Noel Rosa • João de Barro
A estrela d’alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor

Folia no Matagal
Eduardo Dusek
O mar passa saborosamente a língua na areia
Que bem debochada, cínica que é
Permite deleitada esses abusos do mar
Por trás de uma folha de palmeira
A lua poderosa, mulher muito fogosa
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira

A Lua
Renato Rocha
A Lua
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente
Diiiizz!...

Aconteceu, virou cordel!

Lá no meu Ceará o povo é rápido, criativo e não perde uma piada por nada. Bastou pintar um assunto novo que já tão fazendo verso. Hoje logo cedo o Inácio Carvalho, que sabe tudo de política e de comunicação, postou no seu blog Do Carvalho o cordel do Arruda, que eu reproduzo aí abaixo.


Contra o Arruda, arruda na orelha
Raimundo Nonato Silva

O José Roberto Arruda
Pego com a mão na massa
Seria o vice de Serra,
Que é uma outra desgraça
Se a coisa continuar
Vai faltar DEMO na praça.

Arruda pra quem não lembra
É aquele que foi flagrado
Com o canalha ACM
No episódio lembrado
Por todos como a fraude
Do tal "painel do senado".

Ele na época era líder
Do governo FHC
Que comprou os deputados
Para se reeleger
Renunciou entre prantos
Pra ninguém o prender.

Era o P S D B
O seu partido de então,
Parceiro de Sérgio Naia
E outros éticos de então
Foi para o P F L
Recebeu uma promoção.

Saiu na revista Veja
Nas tais páginas amarelas
Mas para sair ali
Desembolsa a bagatela
De 400 mil mangos
Pra revista "Zé ruela".

Explico: ele comprou
Sem qualquer licitação
400 mil da Abril
E daí a rasgação
De seda da tal revista
Para o político ladrão.

Agora o tal Arruda
Esperneia, baba, mija
Só porque foi apanhado
Com a boca na botija
Aponta pra José Serra
Diz: Careca não se aflija.

José Serra que também
Não é flor pra se cheirar
Haja vista o Roubo-Anel,
No povão a desabar
E o buraco do metrô
Sobre o qual não quer falar.

Não esqueça Yeda Crusius,
A raposa lá do sul
Protegida pela mídia
Que enxerga tudo azul
Enquanto o Rio Grande afunda
Num asqueroso Paul.

Arruda já prometeu
Dizer tudo o que ele sabe
Já disse que enviou
Bufunfa para o Kassab
E que o Roberto Freire
Disso também não se gabe.

No Distrito Federal
Diretora de uma empresa
Acusa Augusto Carvalho
De tomar parte em torpeza
Secretário de saúde
Do PPS é certeza.

Segundo essa diretora,
O montante desviado
Em parte a Roberto Freire
Era na hora enviado.
Grana do propinoduto
Por Arruda instalado.

O tal Durval que está
Até o pescoço imerso
Já responde na justiça
A mais de trinta processos
É o grande articulador
De um esquema tão perverso.

Cadê Agripino Maia
Refugo da ditadura?
Cadê Heráclito Fortes
Tão hedionda figura?
É o boca de sovaco
A mais feia criatura.

Esse Heráclito é chegado
Também a fazer trambique
Por funcionária fantasma
No seu gabinete chique
Tinha a filha do déspota
Maior, o Fernando Henrique.

Agora o caldo entornou
Mesmo com a mídia comprada
Arruda será cassado
E com arma disparada
Levará para o abismo
Toda a quadrilha montada.

Roberto Freire, Zé Serra
Heráclito e Agripino
Kassab e outras moléstias
Terão o mesmo destino
E o Brasil ficará livre
Desse grupo tão ferino.