Personagens avunculados

Este rapazinho todo faceiro é o Pequeno Nicolau, um dos meus personagens prediletos. Nos conhecemos quando eu tinha dez anos. Ele, o Nicolau, e também o Alceu, o Eudes, o Clotário, o Godofredo, o Joaquim, o Arnaldo, o Sopa, a professora-que-é-uma-uva e a Maria Eduarda entraram na minha vida pelas mãos da Vera e do Carlos, meus tios queridos. A Vera e o Carlos também levaram a mim e a minha irmã Renata para a Gália e para a Argentina onde vivemos todas as aventuras com Asterix e todas as questões político-existenciais com Mafalda.

O Pequeno Nicolau é uma criação do Sempé e do Goscinny, este por sua vez, criou junto com Uderzzo o Asterix, o Obelix e companhia.

A maior curtição de ler esses gibis são os diálogos, e muitas expressões passamos a usar nos nossos papos. A referência, da referência da referência... esses romanos, toc toc!

Ao longos dos anos muitos outros quadrinhos foram sendo descobertos na vasta biblioteca dos meus tios. E assim devorei Snoopy e Hagar, supostamente infantis. Na adolescência curtia Nick Holmes, Dick Tracy, Spirit. Já adulta fui apresentada à Valentina e Blanche Epifany, garotas sensuais e ao traço inquietante de Crumb.

 Hagar, o terrível e seu filho Hamlet, criados por Dik Browne

Snoopy e Woodstock

O detetive Nick Holmes, desenho elegante de Alex Raymond

Dick Tracy, traço forte de Chester Gould

A ingênua Blanche, colorizada por mim na versão brasileira

Guido Crepax e sua descolada Valentina

E curtimos Millor...

 E Ziraldo...

E o nanquim de Caulos...

Pois é, essa semana bateu uma saudade danada e essa rica lembrança das férias e da companhia da Vera e do Carlos, muito mais do que tios, também padrinhos e sobretudo amigos.

 

Ops, voltei para falar do Henfil. Que falha imensa não incluir aqui a Graúna, o Zeferino, o Bode Orelana, e o mais escrachado de todos: Fradim.