sexta-feira, 25 de março de 2011

Matando as saudades

 Desenho de Paulo Von Poser

São Paulo, São Paulo
Premeditando o Breque • Oswaldo • Biafra • Claus • Marcelo • Wa
É sempre lindo andar na cidade de São Paulo,de São Paulo
O clima engana, a vida é grana em São Paulo
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo
Gatinhas punks, um jeito yankee de São Paulo, de São Paulo
Ah! Na grande cidade me realizar
Morando num BNH.
Na periferia a fábrica escurece o dia.
Não vá se incomodar com a fauna urbana de São Paulo, de São Paulo
Pardais, baratas, ratos na Rota de São Paulo
E pra você criança muita diversão em São Paulo
São Paulo lição
Tomar um banho no Tietê ou ver TV.
Ah! Na grande cidade me realizar
Morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia.
Chora Menino, Freguesia do Ó, Carandiru, Mandaqui, ali
Vila Sônia, Vila Ema, Vila Alpina, Vila Carrão, Morumbi
Pari, Butantã, Utinga, M’Boi Mirim, Brás, Brás, Belém
Bom Retiro, Barra Funda, Ermelino Matarazzo
Mooca, Penha, Lapa, Sé, Jabaquara, Pirituba, Tucuruvi, Tatuapé
Pra quebrar a rotina num fim de semana em São Paulo
Lavar um carro comendo um churro é bom pra burro
Um ponto de partida pra subir na vida em São Paulo, em São Paulo
Terraço Itália, Jaraguá, Viaduto do Chá.
Ah! Na grande cidade me realizar morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia
Na periferia a fábrica escurece o dia

São, São Paulo
Tom Zé
São, São Paulo meu amor
São, São Paulo quanta dor
São oito milhões de habitantes
De todo canto em ação
Que se agridem cortesmente
Morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio
Se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes
Aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros
Caseados à prestação
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Salvai-nos por caridade
Pecadoras invadiram
Todo centro da cidade
Armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor
Num atentado contra o pudor
A família protegida
Um palavrão reprimido
Um pregador que condena
Uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo
Quanta dor
Santo Antonio foi demitido
Dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica
Casam pela TV
Crescem flores de concreto
Céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
E aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor
São, São Paulo

Coração paulista
Guilherme Arantes
Coração paulista, coração paulista
Eu amo você paranóica
seus olhos vidrados e duros
me fazem sofrer (coração paulista)
Eu nego você paranóica
da boca pra fora,
no sangue eu não sei lhe esquecer
(coração paulista)
De dia você paranóica
é uma abelha assassina
em busca de mel e poder
(coração paulista)
De noite você paranóica
persegue o meu sono
onde quer que eu procure me esconder
(coração paulista)
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Coração paulista, coração paulista
Eu vejo você paranóica
mais branca que a luz de mercúrio
a resplandecer (coração paulista)
eu sinto você paranóica
no fundo de um túnel, num pátio de trens
a correr (coração paulista)
Escuto você paranóica
gritando no meio de um tráfego
de enlouquecer (coração paulista)
Respiro você paranóica
por todos os poros, seu veneno no ar
me faz viver (coração paulista)
Oh, baby, o que é que me prende a você?
Oh, baby, o que é que me prende a você?

O céu de São Paulo

Billy Blanco
Quando amanhece,
O Sol comparece,
Por obrigação,
Nublado, cansado,
Um Sol de rotina,
Se bem ilumina,
Nem dão atenção.
É que o bandeirante,
Não perde seu tempo,
Olhando pro alto,
O Sol verdadeiro,
Está no asfalto,
Na terra, no homem,
E na produção.
A cor diferente,
Do céu de São Paulo,
Não é da garoa,
É véu de fumaça,
Que passa, que voa,
Na guerra paulista,
Das mil chaminés !
É que o bandeirante,
Não perde seu tempo,
Olhando pro alto,
O Sol verdadeiro,
Está no asfalto,
Na terra, no homem,
E na produção.
A cor diferente,
Do céu de São Paulo,
Não é da garoa,
É véu de fumaça,
Que passa, que voa,
Na guerra paulista,
Das mil chaminés!

São Paulo da garoa
Tonico • Tinoco • B. Trajano
Como o tempo passa, como o tempo voa,
Neste meu São Paulo, terra da garoa.
São Paulo de dante, que o bonde corria,
Na ruinha estreita, na garoa fria.
O luar de prata que não vorta mai,
Minha serenata no bairro do Braiz.
Como o tempo passa,...
Cidade singela que a saudade trais,
Da luz amarela, do lampião de gais,
Todo os bandeirante nóis vamo saudá,
São Paulo gigante, não pode pará.
Como o tempo passa, ...
A Light que acende lá nas marginais,
Viaduto se estende, tá crescendo mais.
Como o tempo passa...

Bom dia São Paulo
Tico Terpins • Zé Rodrix
Bom dia São Paulo estou aqui,
Tentando esquecer o que eu nunca aprendi,
No ar tão cansado de quem desvairou de vez,
Bom dia São Paulo.
Bom dia São Paulo agora sim,
A tua garoa mora aqui dentro de mim,
As luzes no asfalto aqui brilham sempre assim,
Bom dia São Paulo.
Meu coração e você,
São um novelo de lã,
São viadutos vazios,
São três horas da manhã.
São São Paulo hoje eu vi,
Eu estou aceitando o que eu nunca admiti,
Eu e São Paulo podemos parar,
Bom dia São Paulo,
Um dia eu vou saber,
O que foi que te obrigou a crescer,
E aqui em São Paulo,
Um dia eu hei de ver,
Por entre a chuva o sol a nascer.
Bom dia São Paulo,
Estou aqui.

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