quinta-feira, 4 de junho de 2009

Trocando B. B. King sem parar

Quem não conhece a famosa versão de Noite do prazer do Cláudio Zoli, ...na madrugada vitrola rolando um blues, trocando de biquini sem parar, no lugar de tocando B.B. King sem parar?
Existem várias músicas que são cantadas com letras diferentes, dependendo exclusivamente do ouvido e do repertório de cada ouvinte.
Ontem, conversando com uma amiga sobre lavagem de dinheiro, laranjas e outras atividades do gênero ela lembrou de um famoso mafioso, o El Kabongue.
- Quem? Não conheço...
- Aquele... tem até uma música: Ei El Kabongue, vê se te orienta...
Ai Al Capone... assim dessa maneira, nêgo, nem Chicago nem o México te aguentam!!!

E aí a gente começa a lembrar...
Ano novo, 81 para 82, só dava Alceu Valença. Pois o conjuntinho que tocava lá na Serra da Meruóca, no Ceará, não deixou por menos e entregou a sua Morena Tropicana: pele macia ai carne de caju, saliva doce, doce mel, mel de urubu (no lugar de uruçu)
Tem uma música d’O Rappa que eu ouvia e achava a rima péssima além de muito agressiva:
A minha arma tá armada e apontada para a cara do sujeito - quando apenas era a minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego!
Uma outra amiga adorava uma música do Zé Geraldo: ...isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milhos aos porcos (deveria ser aos pombos, mas vai saber em que praça ela andava).
Minha mãe um dia cantando uma música de dor de cotovelo que dizia: enfiou uma faca em meu peito, tascou um verso que não cabia na melodia ...enfiou uma faca em meu pescooooço!
E o Bob Dylan já foi chegado numa formiga em busca de respostas ... the ants are my friend is blowing the wind...
Sem contar as que já viraram clássicas como as do Djavan e Belchior, que são os campeões dos Virunduns, como são chamadas essas situações. Isso se deve ao nosso hino Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... O virundum Ipiranga...

3 comentários:

  1. isso é que bom demais desse nosso jeito brasileiro de ser e aqui vai um "talentoso" trocador de versos, algo como: "a pobrezinha tá cheia de graça", ao invés da escrachante "a tua piscina tá cheia de ratos" ...tudo a ver não?
    olhe, seu eu me lembrasse de tantas que troco, num cabia nesses blog.

    duas contribuições trocantes:

    enquanto a Verônica Sabino esticava a voz no seu "palpiiiite", eu escutava direitinho ela falar era "alpiiiste"

    e embarquei no clássico, "homem pra chamar Dirceu", do Erasmo Carlos

    agora, no forrozinho da Serra da Meruoca, num lugar que se chama Palestina, enquanto esse mesmo conjuntinho de forro pé de serra tocava, lembro que tinah um casal de velhinhos que simplesmente deu um show dançado, o dois pra qui, dois praculá do xote deles era das coisas mais lindas que vi na vida

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  2. Feee, eu morro de rir com seus posts, não aguento... Eu até achava que você tinha um astral legal mas desconhecia esse seu talento para humor, sua veia cômica é bem aguçada. Muito bom...

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  3. Sabe, acho que ouvimos coisas demais a todo momento e isso dificulta os nossos ouvidinhos a levarem a mensagem certa para o pobre coitado do Cérebro que finge que entende e manda para boca e daí já viu, né? Sai cada coisa!!! heheh

    bjos

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