quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Negra cor

As mulatas, de Di Cavalcanti

Seu Zé
Carlinhos Brown
O Brasil não é só
Verde, Anil e Amarelo
O Brasil também é
Cor de Rosa e Carvão

Negro Gato
Getúlio Cortes • por Luis Melodia
Eu sou um Negro Gato
de arrepiar
Essa minha história
é mesmo de amargar
Só mesmo de um telhado
aos outros desacato
Eu sou um Negro Gato

Meu Ébano
Neneo • Paulinho Rezende • por Alcione

É!
Você um negão
De tirar o chapéu
Não posso dar mole
Senão você créu!
Me ganha na manha e baubau
Leva meu coração...
É!
Você é um ébano
Lábios de mel
Um príncipe negro
Feito a pincel
É só melanina
Cheirando à paixão...

Nêga
Vevé Calazans • por Emílio Santiago
Nêga
Segura no pé dessa nêga
E o asfalto precisa do pé dessa nêga
Pra sambar na avenida do seu coração
Nêga
Segura no pé dessa nêga
E o asfalto precisa do pé dessa nêga
Pra sambar na avenida do seu coração

Sarará Miolo
Gilberto Gil
sara, sara, sara, sarará
sara, sara, sara, sarará
sarará miolo
sara, sara, sara cura
dessa doença de branco
sara, sara, sara cura
dessa doença de branco
de querer cabelo liso
já tendo cabelo louro
cabelo duro é preciso
que é para ser você, crioulo

Olhos Coloridos
Macau • por Sandra de Sá
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...

Preta Pretinha
Galvão • Moraes Moreira • por Novos Baianos
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!
Enquanto eu corria
Assim eu ía
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca...

Haiti
Gilberto Gil • Caetano Veloso
Quando você for convidado pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados

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