O jornalista Mouzar Benedito conta uma história engraçada na revista Forum. Em 1970 ele chega para prestar vestibular no prédio da história da USP e vê uma movimentação imensa na frente de uma das salas. Um estudante esclarece o que está havendo: o pai do Chico Buarque está ali! O professor Sérgio Buarque de Holanda, um grande intelectual, historiador e autor de obras fundamentais sobre o Brasil havia se tornado o pai do Chico (imagino que sentisse muita honra nisso). Algumas décadas se passaram, e Chico Buarque continua sendo uma referência para muitas gerações. Mouzar conta então que nos idos de 90, acompanhando a cobertura do carnaval, uma repórter entra ao vivo direto de Salvador, ao lado do Chico Buarque:
- Estamos aqui com o sogro de Carlinhos Brown...
As vezes ao ler alguma notícia temos a exata noção da faixa etária de quem a escreveu. Essa semana, acompanhando a programação do Congresso do PCdoB entrei no link da simpática matéria sobre o show de Jorge Mautner na festa de encerramento do evento, e li o seguinte:
- Mautner é autor de Maracatu Atômico, música conhecida pela interpretacão de Chico Science.
Provavelmente muitos só conhecem o Gilberto Gil como ministro da cultura... Érico Veríssimo pode ser citado como o pai do Luis Fernando Veríssimo, a música Lady Madona pode ser um tributo dos Beatles a rainha pop e por aí vai. Pessoas que viram nome de rua... O tempo se encarrega de trazer novos significados. Algumas vezes traz o esquecimento, mas muitas outras, e isso é uma coisa muito legal traz a inovação, outras formas de expressão, novas interpretações e é isso que vai marcando a diferença entre as gerações...
Encerro aqui lembrando de um episódio vivido pelo fotógrafo Henri Cartier-Bresson (de quem sou admiradora-confessa). Estava ele num parque, com sua inseparável Laica portátil, fotografando quando ouve o comentário de um jovel casal que o observava:
- Olha só aquele senhor ali dando uma de Cartie-Bresson!!!
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