quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rachel faz 100 anos

Rachel de Queiroz* na Fazenda Não Me Deixes, Ceará, 1998. Foto: Eder Chiodetto

- E então?
- Então, o que?
- As memórias!
Você sabe que não gosto de memórias. Nunca pretendi escrever memória nenhuma. É um gênero literário - e será literário mesmo? - onde o autor se coloca abertamente como personagem principal e, quer esteja falando de si, quer confessando maldades, está em verdade dando largas às pretensões do seu ego - grande figura humana ou grande vilão. O ponto mais discutível em memórias são as confissões, gênero que sempre abominei, pois há coisas na vida de cada um que não se contam.
[...] Vamos fazer um acordo: não vou falar espontaneamente. Você terá que me extorquir as lembranças do passado, as coisas que testemunhei, as pessoas que conheci. Se quiser conto, se não quiser não conto. Prometo apenas não mentir.
(Trecho do livro de memórias Tantos Anos, Rachel de Queiroz e Maria Luíza Queiroz)
*A escritora nasceu em 17/11/1910  e faleceu em  04/11/2003

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